segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pra ti, Ronaldo!


Vi alguém domingo aparentando tamanha frieza e uma enorme indiferença por quem tornou todo o sonho dele possível. E vi essa mesma pessoa anulada, com o sorriso apagado diante daqueles que realmente amam o clube a quem ele deve tudo que conquistou. Apesar de todos os trapos barrados e indignações contidas, eram mais de 44 mil torcedores presentes no Olímpico demonstrando o tamanho desafeto que guardam. E por mais que ele tenha dado de ombros na hora, duvido que em algum momento ele não caia em sí, e veja que o dinheiro não vai fazer com que ele possa voltar pra sua terra natal de cabeça erguida e tranquilo, e muito menos vai comprar o caráter que ele nunca possuiu. Deixo aqui meus Parabéns para a torcida do Grêmio, que mesmo que tenham feito tudo para que não houvesse nenhuma manifestação, fez um excelente trabalho com tudo o que pode! E também Parabéns aos jogadores do Grêmio, que mostraram ser superiores ao time em que um dos jogador ao sair para o intervalo intitulou "perfeito." 
E pra ti Ronaldinho, me resta sentir pena. Porque nem homem tu és.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Amar o Direito

“O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê-lo é compreender uma parte de nós mesmos. É saber em parte porque obedecemos, porque mandamos, porque nos indignamos, porque aspiramos mudar em nome de ideais, porque em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e nos tira a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas. O encontro com o direito é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e consequente. Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo é preciso, pois, saber e amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo rendendo-se a ele.”

(Sampaio Ferraz)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Oração

Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos.
Abrindo portas e portões.
Abrindo casas e corações.
A Mãe vai na frente e os filhos protegidos seguem Seus passos.
Maria, passa na frente e resolve tudo aquilo que somos incapazes de resolver.
Mãe, cuida de tudo o que não está ao nosso alcance.
Tu tens poder para isso!
Mãe, vai acalmando, serenando e tranqüilizando os corações.
Termina com o ódio, os rancores, as mágoas e as maldições.
Tira Teus filhos da perdição!
Maria, Tu és Mãe e também a porteira.
Vai abrindo o coração das pessoas e as portas pelo caminho.
Maria, eu Te peço: PASSA NA FRENTE!
Vai conduzindo, ajudando e curando os filhos que necessitam de Ti.
Ninguém foi decepcionado por Ti depois de ter Te invocado e pedido a Tua proteção.
Só Tu, com o poder de Teu Filho, podes resolver as coisas difíceis e impossíveis. Amém!


Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!

sábado, 8 de outubro de 2011

Follow your heart


"Lembrar-me que inevitavelmente terei que morrer é a mais importante ferramenta que eu alguma vez encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida. Porque praticamente tudo - todas as nossas expectativas externas, todo o nosso orgulho, todo o nosso medo do embaraço ou fracasso - todas estas coisas simplesmente caem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante. Lembrares-te que mais cedo ou mais tarde vais morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de que temos alguma coisa a perder. Nós já estamos nús. Não existe nenhuma razão para não seguirmos o nosso coração." 
Steve Jobs

     Nós não temos nada, pela simples razão de que somos breves. Mais breves que as paredes de betão que nos acolhem ou as árvores que nos dão sombra. Não temos nada - o mundo tem-nos a nós temporariamente a habitá-lo. E esquecemo-nos disto todos os dias, enlaçados numa existência metódica e pouco profunda. Pouco arriscada, porque nos preocupamos demais. Com consequências, com o que dizem de nós, com o embaraço, fracasso que as nossas ações podem provocar. A perspectiva da morte, tão perto, pode dar-nos o empurrão que precisamos para viver. Para nos tirar um peso dos ombros. Podemos fazer merda, podemos errar, tentar outra vez, desistir, vencer, desde que seja isso que nos faça felizes no momento. A morte faz-nos seguir o coração, é preciso ouvi-lo de uma vez antes que a dita cuja faça a visita final.

Rest in peace, Steve. Seguiste o teu coração, tocaste-nos, e inspiraste-nos, até ao teu momento final.

Mudança de casa e vida

             Tudo vai sendo devidamente encaixotado, alguns dizeres vão sendo escritos nas velhas caixas de papelão: cuidado vidro, cozinha, sala, brinquedos. De repente tudo fica fora do lugar, tudo se desarruma. É um entra e sai, um frenesi, um misto de saudade e perda com animação, inovação, motivação.
             Nos embrulhos, lembranças, muitas lembranças. Os velhos livros de culinária da Mamãe, os enfeites da árvore de Natal, os pratos ganhos no casamento, que há muito não vínhamos mais. Os brinquedos que lembram a infância e até aquela bicicleta, que andava pelos domingos de sol, tantos domingos passamos aqui. Os antigos cadernos vão sendo redescobertos, encontra-se naquele emaranhado de caixas, as nossas histórias.
             Fotos antigas, discos de vinil, a primeira boneca e até a vitrola do Papai. Histórias, gerações são desarrumadas e encaixotadas. Em meio aquelas quinquilharias nos encontramos com saudosas lembranças. Em cada caixa, em cada embrulho vão sendo resguardados nossas histórias, vão sendo encaixotados os dias vividos e as emoções compartilhadas.
             Tudo isso acontece quando fazemos mudanças, temos que retirar tudo do lugar, bagunçar e depois ir encaixotando, envolvemos nossos tesouros em jornais e com muito zelo, colocamos tudo no seu devido lugar. Isso tudo não se restringe apenas em uma mudança de casa pra outra, mas também nas mudanças que fazemos em nossas vidas. Quantas mudanças não fazemos durante toda vida? Em cada fase de nossas vidas mudamos, às vezes são mudanças discretas, que nem percebemos, porém em outras ocasiões, as mudanças são enormes, gigantescas, aquelas mudanças que faz agente crescer, que faz agente nem se reconhecer.
             Mudamos, e encaixotamos dentro de nós todas as nossas experiências, sejam elas boas ou más. Algumas caixas são maiores e merecem mais atenção, são delicadas e preciosas, outras largamos de qualquer jeito e de preferência só recorremos a elas quando realmente precisamos nos fortalecer. Lentamente vamos embrulhando as nossas lágrimas, as nossas conquistas, as descobertas, os amores, os anseios, as dores, os tombos, os sonhos, as marcas, os projetos. Tudo vai sendo colocado na sua determinada caixa: fé, força, amor, amigos, família, profissão, cuidado, esperança, e assim vamos sendo guiados por situações passadas, construindo novas "moradas", novos "lares".
             Durante uma mudança tudo precisa ser bagunçado, retirado do lugar, alguns objetos são excluídos, outros guardamos de geração em geração, na vida também, tira-se os preconceitos, tira-se às travas dos olhos, tira-se o orgulho e guarda-se em caixinhas com laço de fita, as boas lembranças, a humildade, o respeito, o amor e passa-se de geração em geração.
             Nunca uma casa será igual à outra, podem até se assemelhar em alguns aspectos, números de quartos, tamanho do quintal. Nunca uma fase da vida será igual à outra, podem até se assemelhar em algum aspecto, os mesmos amores, os mesmos sonhos. Em cada mudança há novas descobertas, as caixas vão aumentando de livros, de sonhos, de cds, de lembranças, de quinquilharias, de alegrias.
            O bom é que depois da bagunça e da canseira de uma mudança, vem o cheiro de casa nova, um ou outro móvel novo, reformado, tudo pronto para que novas histórias sejam ali construídas.